O PMDB carrega na sua história aresistência democrática à ditadura militar e a história de figuras como Ulisses Guimarães, Tancredo Neves, Pedro Simon, Arlindo Porto. Infelizmente, após a redemocratização, foi tomado de assalto e virou instrumento de achaques e chantagens na política brasileira.
Desde de a eleição de FHC em 1994 a política brasileira tem se resumido a uma disputa de poder entre PT e PSDB, com o PMDB no meio servindo e chantageando hora a um e hora a outro (claro que sempre ao que está no Poder).
Ao PMDB é indiferente se está no governo central o PT ou o PSDB. Só importa a garantia dos seus ministérios, dos seus cargos em diretorias de estatais – é de perguntar o porquê de um partido desejar a diretoria de uma empresa estatal – e as suas sinecuras no segundo e terceiro escalão.
Nos últimos tempos é lamentável como o PMDB, capitaneando pelo presidente do Senado Renan Calheiros e da Câmara dos Deputado Eduardo Cunha, aproveita-se da mobilização do povo brasileiro e da consequente fragilidade do governo Dilma par chantagear a presidente e alcançar os seus objetivos, nunca republicanos.
O cúmulo da desfaçatez é a postura do PMDB em relação ao aumento das verbas do Fundo Partidário que elevou os recursos destinados aos partidos políticos brasileiros de R$ 313,49 milhões em 2014 para R$ 867,56 milhões em 2015.
Aprovada a medida por uma manobra de um cacique pmdebista, o senador Romero Jucá, com o apoio justamente de PT, PSDB e PMDB, que são os maiores beneficiários da medida, e a cumplicidade dos demais partidos que preferiram comer as migalhas que caíram da mesa a confrontar esse imoral banquete pago com dinheiro público, virou objeto de oposição dos também pmdebistas Renan Calheiros e Michel Temer (Vice-Presidente da República).
É muito desapreço pelo país e pelo seu povo. O partido aprova a medida, constrange a presidente e depois apresenta-se para contraditar a proposta.
Não que Dilma e o PT não mereçam isso. São reféns de uma sequestro de poder que eles mesmos planejaram, quando abandonaram a possibilidade de uma aliança republicana e democrática para entregarem-se a aliança fisiológica com o PMDB.
É importante registrar que todos os partidos da base aliada encaminharam um pedido formal para que a presidente sancionasse esse aumento absurdo e desproporcional da verba do fundo partidário e que a oposição votou a favor da matéria e cala diante da repercussão negativa.
Lamentável que num momento em que os políticos exigem sacrifícios dos povo brasileiro, com a aprovação de medidas que diminuem o poder de compra e retiram empregos de trabalhadores, por um lado, e, por outro, achacam os setores produtivos com aumento de juros e de impostos, os partidos tenham um aumento de mais de 200% nos recursos colocados a sua disposição.