Costumo dizer que um republicano ou um democrata americano,um conservador ou um trabalhista inglês, você conhece pelo discurso. Nunca vocêverá um republicano defendendo as causas de democratas ou um trabalhistadefendendo as causas de um conservador para agradar o público ouvinte.
Costumo dizer também que, no Brasil, não existe nada mais petista que um social democrata em uma reunião de sindicalista e nada mais social democrata que um petista numa reunião de banqueiros.
As condutas dos partidos são expressão do nível de amadurecimento da democracia no país. Democracias maduras produzem partidos fortes e ideologicamente consistentes. Democracias imaturas produzem partidos frágeis e sem compromisso ideológico.
Nos EUA ou na Inglaterra, os partidos têm compromisso com as ideias que representam e que pensam serem o melhor caminho para melhorar a vida das pessoas. No Brasil, os partidos só têm compromisso com a manutenção do poder dos seus caciques e dos mandatos dos seus donos.
Isso faz toda a diferença.
Acabamos de presenciar esse comportamento oportunista, demagógico e sem compromisso com o país por parte do PT e do PSDB, quando da votação da Medida Provisória 664.
O PSDB que criou o Fator Previdenciário, sob o argumento de responsabilidade com as contas da previdência pública, agora votou 100% a favor do fim do “fator”. O PT que, no passado, votara contra a criação do mecanismo, agora votou a favor da sua manutenção.
Mais uma vez os fatos confirmam que partidos brasileiros não têm ideologia, nem mesmo têm opinião sobre temas relevantes da vida do país. Suas opiniões são de conveniências. Não são capazes de enfrentar com a arma da verdade o debate e as incompreensões da sociedade, preferem sempre o caminho fácil da mentira e da demagogia.
E assim, nas suas sagas de poder pelo poder, PT e PSDB criam mais um problema para o Brasil, desequilibrando mais ainda as contas da previdência e abrindo margem para que o cidadão contribuinte, que nada tem a ver com essa briga, pague mais essa conta com o aumento de impostos, com já sinalizado pelo Ministro da Fazenda.
É preciso refundar nosso sistema partidário. Não iremos longe com essa democracia sem partidos.