Conheci Marcelo Ramos nos anos 80, durante as refregas eleitorais para o Centro Acadêmico da nossasaudosa Jaqueira, o vetusto prédio da Faculdade de Direito na Praça dos Remédios. Conquanto não tenhamos estudado juntos – éramos de turmas/períodos diferentes –, esculpimos uma grande amizade, daquelas blindadas até contra os efeitos danosos do tempo.Os deveres profissionais nos empurraram para horizontes distintos. Enquanto ele cumpria o script que a vida lhe reservara, tornando-se um respeitado político, eu, obediente a um projeto de ascensão no Banco do Brasil, segui rumo a outras plagas. Nesse interstício não nos encontramos, o que, porém, não arrefeceu nosso mútuo bem-querer.
Os deveres profissionais nos empurraram para horizontes distintos. Enquanto ele cumpria o script que a vida lhe reservara, tornando-se um respeitado político, eu, obediente a um projeto de ascensão no Banco do Brasil, segui rumo a outras plagas. Nesse interstício não nos encontramos, o que, porém, não arrefeceu nosso mútuo bem-querer.
Ao participar recentemente do Fórum “Todos pelo Bem de Manaus”, por ele organizado, um evento suprapartidário que se propõe a discutir temas relevantes para a vida da nossa Capital, pude sentir o alcance da estatura moral desse amigo, enquanto líder de um processo de renovação política no Amazonas. Marcelo Ramos não é um iconoclasta – apesar de criticar o que chama de “velha política” -, como querem fazer ver alguns; tampouco um talibã maluco, desses que se põem a varrer da face da terra um passado que – bem ou mal vivido – serve como referencial histórico. Antes disso, mostra-se antenado com seu tempo, coerente com seus princípios morais e ideológicos, capaz de sugerir à Sociedade uma discussão serena sobre a problemática da urbe e apontar soluções claras e exequíveis, que mitiguem os efeitos desses incômodos e impactem positivamente a vida dos munícipes, unindo agentes políticos, sociais e econômicos comprometidos com um pacto pela transformação da nossa Manaus Morena.
Marcelo Ramos é um cidadão sem peias, sem amarras, livre e com muita coragem, que expressa a autoridade jovem de quem quer colaborar, traduzindo a voz do povo manauara e sobrepondo o coletivo ao individual. Para enfrentá-lo, não basta apenas atacá-lo. Os que hoje tentarem menoscabar seu autêntico poder de liderança poderão, no futuro, amargar a penumbra de um acachapante e humilhante ostracismo político-eleitoral.
Luiz Porto – Advogado
*Texto publicado no Jornal A Crítica, edição de 19 de maio de 2015.