Findo o carnaval o Brasil vai aos poucos voltando ao normal. Alguns dizem que por essas bandas o ano só começa agora.
Hoje sai pra almoçar com a família numa peixaria da cidade. Chegando lá. Sem energia.
Pedi uma porção de sardinha. O garçon explicou que não poderia servir, o gerador era apenas para as luzes internas e não tinha como descongelar as sardinhas no microondas. Pedi uma banda de tambaqui, na brasa, como no passado e, no caminho que vamos, como no futuro próximo.
Voltou a energia. Comida servida. Preparado o prato da Marcelinha. Queda de energia. Ficamos no escuro.
Voltou a energia. Almoçamos. Queda de energia. Pedimos a conta e um café. O garçon novamente explicou que não era possível preparar o café na máquina de café expresso, já que estava sem energia.
Chegou a conta. Escrita num pedaço de papel. Mais uma vez o garçon, já constrangido, explicou que, sem energia, não era possível ligar a máquina que emite a nota fiscal eletrônica.
Moral da História. Estamos acostumados a achar que a crise energética é apenas um incômodo doméstico que nos impede de dormir com ar-condicionado ou assistir televisão, não é.
Quando falta energia sofre o consumidor que não consegue ser bem atendido, sofre o comerciante que não consegue vender. Com dificuldades pra produzir ou vender, sofre o empregado que perde seu posto de trabalho. Perde o cidadão, perde o empresário, perde o país.
Aqui em Manaus, a crise é antiga. Não há mais espaço para tolerância. É preciso que o Ministério Público Federal ajuíze ação cobrando danos coletivos em favor dos consumidores manauaras.
Outro caminho é fazer como o ministro e ficar esperando a providência divina.