É da tradição da política brasileira um período de lua de melentre o eleito e o povo. Mesmo os que votaram contra dão um crédito para o eleito. Disso se valeu o prefeito Artur Neto para surfar numa onda de popularidade nos dois primeiros anos do seu governo.
A coisa está mudando.
Tenho acompanhando com muita atenção debates na internet e conversado com muita gente sobre a atual administração. Afastado os ocupantes de cargos comissionados da PMM, por um lado, e os representantes de partidos de esquerda, por outro, percebo que cresce muito a insatisfação da população.
Parece que quando acaba o segundo ano da administração há um choque de realidade e as pessoas se perguntam: o que mudou na vida da cidade nos últimos dois anos?
O que mudou?
Surgiram soluções criativas para o transporte e trânsito e meu tempo de viagem e de espera do ônibus diminuiu? Melhoraram os índices de qualidade da educação? Melhorou o atendimento na Unidade Básica de Saúde do meu bairro? Chegou saneamento básico na minha região? A merenda escolar agora é farta e de qualidade? O salário do servidor da Prefeitura é mais justo?
Se a resposta a cada uma dessas perguntas é não, só uma avaliação passional e acrítica pode sustentar que estamos no caminho certo.
O fato é que o atual prefeito sucedeu outro que administrava a cidade da mesa de dominó da sua casa e, por isso, sua presença e sua criativa capacidade de gerar fatos deram a ideia de que algo novo surgia com a sua administração. Mero engano. Tudo como antes.
A questão é simples. Ninguém elege prefeito pra reclamar, pra reclamar elegemos vereadores. Prefeito é eleito para enfrentar e resolver os problemas da cidade. Ficar reclamando e tentando arranjar culpados não resolve nada.
Vou repetir o que disse anteriormente. Na atual administração da Prefeitura sobra disposição para fazer política, na mesma proporção em que falta gestão. Parece que o prefeito está sempre no palanque. Governo de muita política e de pouca gestão é governo de pouco resultado.