No último sábado o movimento Todos Pelo Bem de Manaus realizou debate sobre EDUCAÇÃO. Uma das telas da apresentação da professora Ana Claudia Sá apresentava a seguinte reflexão:
Quem seria candidato a aceitar tal trabalho?
· Salários baixos;
· Carreira sem grande possibilidade de ascensão;
· Falta de condições básicas para o exercício da profissão;
· Reconhecimento social baixo combinado com alta responsabilidade;
· Burocratização excessiva;
· Carga horária de trabalho superior a 40h semanais.
Essa é a realidade dos professores. Como enfrentar essa triste e desestimulante constatação.
É preciso dizer que não faltam recursos. Por determinação da Lei Orgânica do Município a Prefeitura é obrigada a gastar, no mínimo, 30% do que arrecada com educação e o Governo do Estado, no mínimo, 25% (Constituição do Estado). Quem trabalha nas burocracias financeiras de SEMED e SEDUC sabe as manobras contábeis que são feitas para alcançar esses índices.
A questão é que, se não falta dinheiro, falta gestão, eficiência e transparência, por um lado, e sobra desperdício, incompetência e corrupção, por outro.
Na falta de transparência dos governos no trato do dinheiro da educação sobram dúvidas quanto à aplicação de recursos do Fundeb e da merenda escolar, só pra ficar nesses exemplos.
Tenho absoluta convicção de que algumas medidas são essenciais para um processo verdadeiro de valorização da educação:
· Transparência absoluta dos recursos destinados as Secretarias com publicação de dados simplificados;
· Definição de metas claras de aprendizado e de melhoria de índices, com publicação da condição atual e da condição pretendida;
· Democratização do espaço escolar criando ambientes para que professores, pais, alunos e comunidade tenha voz nos processos de decisão da escola;
· Discussão com professores sobre material didático e paradidático, assim como sistemas de controle de presença e notas de forma a facilitar o trabalho;
· Melhoria dos salários, usando mecanismos como a garantia de aplicação direta no salário do professor dos recursos do Fundeb destinados a pagamento de salários (hoje há muita manipulação desses valores em ações questionáveis);
· Definição de critérios claros de progressão funcional na carreira e cumprimento do acordado com os professores nos PCCSs;
· Incluir um assistente de sala (estagiário de pedagogia ou área afim) nas turmas dos 3 primeiros anos de escola;
Obviamente essa sugestões não esgotam um tema tão fundamental, mas espero que, ao menos, provoquem um debate sobre educação e valorização dos professores, na certeza de que, sem mudar as condições que induzem a resposta à pergunta título desse texto, não encontraremos o caminho da prosperidade.