A vida só vale a pena quando encontramos a nossa missão. Viver sem uma missão é viver sem viver. Viver apenas para trabalhar, comer, dormir e acordar é não viver. É preciso encontrar um sentido coletivo para a vida. É preciso servir e amar.
Sei que não é tarefa fácil. As necessidades materiais e o desejo de dar o melhor para as nossas famílias, as vezes, impõem-se a valores como amor ao próximo, fraternidade e solidariedade. É um desafio olhar além do muro da vaidade, do individualismo e da ganância.
A vida insiste em nos testar diariamente. Conflitos familiares, dificuldades financeiras, desemprego, o ônibus lotado, a fila por uma cirurgia ou por uma simples consulta. Dificuldades que se impõem na nossa vida e que testam as nossas forças como se insistissem para que desistíssemos.
Mas, mesmo após a maior tempestade o sol há de brilhar, mesmo após a mais longa das noites o dia há de raiar. Mesmo nos momentos de maior dificuldade, a vida se impõe e a esperança há de renovar.
Certa vez ouvi alguém relatando que perguntaram a um navegador experiente o que fazer quando em uma grande tempestade você perde completamente o controle da embarcação. Ele respondeu: segure firme o timão e espere, a tempestade vai passar.
Assim é a vida. Tem horas que o que nos resta é segurar firme o timão e esperar a tempestade passar. Ela vai passar. Não há tempestade que seja eterna.
Mencius, sábio chinês, disse sobre a missão dos grandes homens:
“Quando o céu está prestes a confiar uma grande missão a um homem, primeiro exercita sua mente com sofrimento e seus nervos e ossos com fadiga. Expõe seu corpo à fome e o sujeita à extrema miséria. Confunde suas tarefas. Dessa maneira, estimula seu espírito, fortalece a sua natureza e supre as suas deficiências”.
Acredite. A vida é uma caminhada e cada passo, cada dificuldade, é uma aprendizado.
*Publicado no Jornal Agora edição de 24.06.15 (quarta-feira)