Sempre que escrevo um artigo mais crítico sobre algum governante logo surgem aqueles que acham que governantes são intocáveis e que é possível fazer oposição sem fiscalização. O discurso, quase sempre vem camuflado, pela tese de que só se deve falar de propostas.
Esse tipo de discurso é sustentando por dois grupos. De um lado, os que oferecem apoio acrítico ao governante, por paixão, compadrio ou mesmo cargos nos governos. De outro, os que o fazem com pureza de alma porque estão tão cansados de baixarias que já não conseguem separar a baixaria da critica republicana e cidadã.
Hoje mesmo um seguidor no face reclamou do meu artigo crítico ao prefeito e pediu: “critique menos e seja a esperança…”.
A mensagem me fez lembrar a lição de Santo Agostinho: “A Esperança tem duas filhas lindas: a Indignação e a Coragem. A Indignação nos ensina a não aceitar as coisas como estão; a Coragem, a mudá-las”.
Portanto, meus amigos, não existe Esperança sem Indignação e Coragem.
Fiscalizar, nos dizerem de Santo Agostinho, não aceitar as coisas como estão. Ser capaz de enfrentar o que está errado. E, é claro, apresentar alternativas concretas e exequíveis para mudar o rumo das coisas.
Certo de que a lição de Santo Agostinho expressa o que se espera de uma atitude responsável e cidadã, ainda que isso incomode alguns poucos, seguirei cumprindo o meu dever de fiscalizar e retirar as cortinas com que tentam cobrir a ineficiência e o mau uso do dinheiro público.