Hoje faz 2 dois anos que Marina Silva e milhares de militantes Brasil afora iniciaram a construção de um sonho chamado REDE SUSTENTABILIDADE.
Num sistema partidário avacalhado e marcado pelo oportunismo dos partidos de aluguel sem qualquer identidade ideológica ou mesmo representatividade social, o surgimento de um partido que nasce de uma verdadeira mobilização de parcela da sociedade unida em torno da sustentabilidade, é a única novidade na política brasileira, desde o surgimento do PT no início dos anos 80.
A constatação de que, só após mais de três décadas, surge um movimento legítimo de parcela da sociedade com o objetivo de organizar um partido político é alarmante. Nesses 35 anos surgiram vários “pés”, PRTB, PSDC, PTdoB, PTC. Também surgiram e desapareceram outros “pés”, PRONA, PDS, PRN, PPB, PPR, PDC. E ainda existem outras dezenas de “pés” tentando surgir, PC, PCI, PRVP, PMB, POP, PPLE (as listas são aleatórias e exemplificativas porque o número de partidos é enorme e não caberia no artigo). Apesar das centenas de “pés”, nada com identidade ideológica ou um mínimo de representação social.
Nesse cenário lamentável, o entusiasmo militante de homens e mulheres que no dia-dia lutam contra todas as dificuldades para coletar assinaturas de forma consciente, explicando para cada assinante os objetivos do novo partido, e clareza de propósitos que os une, é louvável e exemplar.
Nesses dois anos, a REDE assistiu uma manobra autoritária e antidemocrática perpetrada pelos partidos do poder que impediu a sua legalização a tempo de concorrer nas eleições presidenciais, à filiação democrática da sua principal liderança (Marina Silva) ao PSB e sua ascensão à condição de candidata a vice-presidente, depois de presidente, por conta da tragédia com Eduardo Campos. Foi vítima dos ataques covardes no período eleitoral e incompreensões diante do apoio ao candidato do PSDB no segundo turno. Mas seguiu em frente. Hoje trabalha arduamente para completar seu processo de registro junto ao TSE.
Podem chamar os militantes da REDE de “sonháticos” – a política brasileira precisa mesmo de sonhos -, mas foram “sonháticos” que construíram o Partido do Homem Comum (Aam Aadmi Party, APP), na Índia, e o Podemos, na Espanha, ambos com expressiva mobilização popular, com bases programáticas no combate à corrupção e no resgate da ética na política e que alcançaram expressivos resultados eleitorais já nas primeiras eleições que disputaram.
A REDE SUSTENTABILIDADE é a boa novidade da política brasileira. Ganhando ou perdendo eleições, a presença da REDE no nosso sistema partidário fará um bem enorme à nossa democracia.