Disse Platão em “A República”: “a injustiça teria mais probabilidades de se manifestar numa cidade mal-ordenada”.
Duas estatísticas publicadas esses dias indicam que o Amazonas anda por becos escuros e perigosos, enquanto seus governantes seguem presos na obscuridade da demagogia e do descompromisso com ações estruturantes para um futuro de desenvolvimento.
O jornal Valor Econômico publicou os resultados da Pesquisa Industrial Mensal Regional, divulgada na última quarta pelo IBGE, que mostra o Amazonas com o pior desempenho do país com o maior decréscimo da produção industrial de outubro para novembro (http://mobile.valor.com.br/brasil/5253727/producao-industrial-cresce-em-8-de-14-locais-em-novembro-aponta-ibge).
Por outro lado, o Jornal a crítica de hoje (12.01) publica que o Aeroporto Eduardo Gomes é o segundo do país em flagrantes por tráfico de drogas (http://191.96.4.135/wordpress/wp-content/uploads/2018/01/Novo-PDF-de-Sa%C3%ADda-de-Imagens2.pdf).
Ou seja, enquanto nossos governantes fazem do ato de governar uma brincadeira sem graça de acomodar aliados, atender interesses de amigos, acomodar partidos e trocar planejamento e ações de infraestrutura para nossa economia por pão e circo, ultimamente muito mais circo do que pão, vamos diminuindo a nossa produção industrial e aumentando a ação do tráfico no nosso Estado.
O mais impressionante é que cai a produção industrial, sobe o tráfico de drogas e nada se fala e nada de faz. Políticos insistem em viver na bolha dos seus interesses e das suas vaidades, fazendo com que as coisas que realmente influenciam na vida das pessoas não sejam pautas das suas atuações.
Mais uma vez resgato A República de Platão:
“Ora, que os sapateiros se corrompam e pretendem ser o que não são é coisa que não apresenta grande perigo para a comunidade; mas quando os guardiões das leis e do governo o são apenas em aparência e não na realidade, bem vês que arruínam a cidade de alto a baixo; e pó outro lado, são eles os únicos que têm o poder de impor a ordem no Estado e de torná-lo feliz”.
É preciso reencontrar ou mesmo encontrar a política que tem o bem estar das pessoas e a justiça como centro da ação.
Marcelo Ramos, advogado, professor e escritor.