Hoje cedo abri um portal de notícias e deparei-me com aseguinte manchete: “Para Cunha, PMDB e PT têm mais divergências que convergências”.
O cinismo da declaração do presidente da Câmara dos Deputados e cacique do PMDB é a cara da relação estabelecida entre os dois partidos. Quanto mais o PMDB chantageia o PT, mais o PT cede as chantagens. Ganha o PMDB, ganha o PT, perde o Brasil.
Acho até que do ponto de vista programático – se é isso vale alguma coisa para os partidos brasileiros – a declaração de Eduardo Cunha é verdadeira. Realmente, há mais divergências que convergências na forma como PMDB e PT enxergam o Brasil, pelo menos nos seus programas.
Mas, o que são programas partidários diante de cargos em Ministérios e em diretorias de empresas estatais com orçamentos milionários.
As convergências podem ser menores, mas são estimáveis em real nesse condomínio que PT e PMDB constituíram para saquear o Brasil. E, para o PMDB, se existem cargos e dinheiro em jogo, todo o resto vira nada, todas as divergências viram convergências.
O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, é um dissimulado. Encurrala o governo enquanto o seu PMDB ocupa cada vez mais espaço nas estruturas do Planalto. O PT, por outro lado, aceita o jogo em troca de proteção e votos.
E assim, o Brasil segue refém desse jogo de cinismos e dissimulações.